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Publicado em 17 de Outubro de 2025

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O perigo oculto da IA

O que mata uma empresa não é a falta de tecnologia. É sufocar a criatividade e a adaptabilidade das pessoas.

A Inteligência Artificial está no centro das discussões de negócio, mas existe um risco pouco falado: quando usada apenas para automatizar, ela pode reforçar padrões e matar a inovação.


Segundo pesquisa da McKinsey (2024), a maioria das iniciativas de IA, cerca de 70%, foca em automação de tarefas, enquanto menos de 20% exploram o potencial de criar novos produtos, modelos de negócio ou experiências para clientes. Isso significa que a maior parte das empresas está usando IA para “fazer mais do mesmo”.

Mas os verdadeiros diferenciais competitivos surgem quando a IA é usada como amplificador da imaginação humana.


1. A Criatividade Humana é o Verdadeiro Diferencial, não o Código

Um relatório do Fórum Econômico Mundial destaca que criatividade, resolução de problemas complexos e adaptabilidade estão entre as competências mais valiosas até 2030.

  • Spotify usa IA não apenas para recomendar músicas, mas para criar novas formas de descoberta musical, personalizando playlists que antes seriam impossíveis de existir em escala.
  • Itaú aplica IA em análises preditivas para identificar mudanças de comportamento financeiro, mas a decisão estratégica de transformar esses dados em novos produtos bancários vem das pessoas.


2. Não confunda automação com evolução

Automatizar traz eficiência, mas eficiência sozinha não garante crescimento sustentável.

  • Um estudo da Accenture mostrou que empresas que usam IA apenas para automatizar têm ganhos de 20 a 30% em produtividade. Já as que usam IA para reinventar processos e modelos de negócio chegam a ganhos acima de 60%.
  • Tesla é um exemplo: não usa IA apenas para automatizar a direção, mas para redefinir o conceito de mobilidade, com atualizações contínuas, coleta massiva de dados e um ecossistema de inovação em torno dos veículos.


3. A Inovação Requer o Improvável: Não Deixe a IA Eliminar a Surpresa

Muitas inovações nasceram de erros ou descobertas inesperadas.

  • O Post-it da 3M surgiu de uma cola “fracassada”.
  • O Viagra nasceu de um teste para pressão arterial.
  • Netflix poderia ter limitado a IA à automação de recomendações, mas optou por ir além, utilizando-a para decidir investimentos em séries originais. Foi assim que surgiram sucessos como House of Cards e Stranger Things.


Se a IA for usada apenas para reforçar padrões, ela elimina a surpresa criativa. E sem surpresa, não existe disrupção.


Reflexão final:

O verdadeiro futuro não é homens versus máquinas. É humanos + IA, explorando juntos caminhos que nenhum conseguiria sozinho.

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Sobre o Autor

Aldo Segnini
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Aldo Segnini

CFO I2AI

Profissional com mais de 25 anos de experiência em tecnologia, tendo trabalhado em grandes empresas multinacionais, incluindo Accenture, Telefônica, Technisys, entre outras. Especializado em Transformação Digital, com foco em Dados e Inteligência Artificial, possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos, pós-graduação em Liderança e Desenvolvimento Humano pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, MBA em Liderança pela Universidade Anhembi Morumbi e certificação em Gestão Avançada de Projetos pela Universidade Stanford.

Atualmente, ocupa cargos de liderança em organizações proeminentes no setor de IA, incluindo Vice-Presidente e CFO na I2AI - International Association of Artificial Intelligence, Diretor de Projetos de IA na Data H e Consultor para Startups. Atualmente, está cursando Mestrado em Transformação Digital e concluiu vários cursos em Inteligência Artificial em instituições renomadas como o MIT, a Universidade de Chicago, entre outras. Com vasta experiência em liderança e habilidades técnicas avançadas, ele é uma referência na indústria de tecnologia e IA.

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