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Publicado em 30 de Janeiro de 2024

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O MERCADO DE TRABALHO

destaques sobre educação no Fórum Econômico Mundial

No dia 14 de janeiro de 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou o relatório intitulado Gen-AI: Artificial Intelligence and the Future of Work. Alguns dados deste relatório foram apresentados no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Davos, na Suíça, realizado entre os dias 15 e 19 de janeiro. 


A pesquisa desenvolvida e apresentada pelo Fórum Econômico Mundial aponta que, no geral, a IA está estimulando a criação de mais postos de trabalho do que eliminando. Contudo, o relatório do FMI indica que a inteligência artificial (IA) terá um impacto significativo nos empregos, afetando até 40% dos empregos em todo o mundo


Um dado que chama atenção demonstra que a Inteligência Artificial avançará nos países mais desenvolvidos. O estudo mostra que, nas economias avançadas, cerca de 60% dos empregos podem ser impactados pela IA. Em mercados emergentes e países de baixa renda, no entanto, a proporção é de 40% e 26%, respectivamente 


O relatório destaca que, dos quase 40% dos empregos globais expostos à IA, metade vai se beneficiar com o uso da tecnologia e aumento da produtividade. Para a outra metade, as ferramentas de IA vão executar tarefas hoje realizadas por humanos, o que pode reduzir a demanda de trabalho, levando a salários mais baixos e menos contratações. Nos casos mais extremos, alguns desses empregos podem desaparecer (FORBES, 2024).


O relatório alerta que a IA poderá agravar as desigualdades salariais, prejudicando sobretudo a classe média, mas também pode resultar em aumento de rendimentos. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, chama a atenção para o fato de que muitos países e regiões não possuem infraestrutura ou força de trabalho qualificada para aproveitar os benefícios da IA. Com o tempo, segundo ela, “a tecnologia pode agravar as desigualdades entre países e dentro de uma mesma nação” (RELATÓRIO FMI, 2024). Trabalhadores que conseguem aproveitar a IA veem seus ganhos de produtividade e salários aumentarem, enquanto aqueles que não conseguem ficam para trás.


Diante deste cenário que se enquadra, é urgente se pensar novas educações, capacitações, e formações, muito além da plastificada lógica de treinamentos. Se não forem empreendidos esforços de requalificação, esta tendência só irá piorar. 

Sobre educação, o Relatório do FMI destaca:


“Trabalhadores com formação universitária estão mais bem preparados para fazer a transição de empregos em risco de deslocamento para empregos de alta complementaridade; trabalhadores mais velhos podem ser mais vulneráveis à transformação impulsionada pela inteligência artificial.” (RELATÓRIO FMI, 2024)


Em relação à educação, o Relatório aponta que, em todos os países examinados, níveis mais elevados de educação estão associados a uma maior parcela de emprego em ocupações de alta exposição, mas isso é especialmente pronunciado em ocupações com alta complementaridade (RELATÓRIO FMI, 2024). Isso quer dizer que o maior nível de exposição apoia a visão popular de que, ao contrário da automação, a IA pode afetar mais fortemente trabalhadores altamente qualificados. 



Assim, é preciso que as estratégias governamentais dos países considerem como prioridade identificar os grupos potencialmente vulneráveis, objetivando formações específicas. Elaborar um conjunto de políticas pode ser um passo importante, como forma de explorar o vasto potencial da IA, considerando o desenvolvimento social e a inclusão dos trabalhadores e das trabalhadoras como forma de trazer benefícios e desenvolvimento. 


Sobre o Autor

Barbara Coelho


Barbara Coelho

Research Coordinator, LTI Digital-UFBA

Doctor in Education (UFBA). Post-Doctor in Information Science (UNB). Professor at UFBA. Permanent Professor at PPGE-UFBA. Researcher at PPGCI-UFSCar. Lead researcher at the Informational Technologies and Sociodigital Inclusion Laboratory (LTI Digital - ltidigital.ufba.br). Open Knowledge Foundation Civic Innovation Ambassador.

Atualmente realiza investigação das Aplicações de IA na Educação.

485 leituras 69 Curtidas

Sobre o Autor

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I'm too connected!

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Research Coordinator, LTI Digital-UFBA

Doctor in Education (UFBA). Post-Doctor in Information Science (UNB). Professor at UFBA. Permanent Professor at PPGE-UFBA. Researcher at PPGCI-UFSCar. Lead researcher at the Informational Technologies and Sociodigital Inclusion Laboratory (LTI Digital - ltidigital.ufba.br). Open Knowledge Foundation Civic Innovation Ambassador.
Atualmente realiza investigação das Aplicações de IA na Educação.

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